sábado, 28 de janeiro de 2012

PROLOGO

Acordei, acordei agora. Olhei para os lados, sabe o que eu vi? Nada. Não vi nada, Nada. Um enorme vazio me abraça, vazio branco hospitalar, acéptico e tão nojento, tão passível! Cada vez que eu tento me levantar mais minhas pernas pesam, parece que carrego nos bolsos cada rancor guardado por mais de cinqüenta anos, cinqüenta séculos, cinqüenta vidas. Um peso do mundo não mais suspenso em órbita, que me faz coagular. Parado. Parei. Não tem como continuar a andar.

Quanto mais eu ando mais eu vou me perdendo a cada novo dia de trajetória de vida. Que me faz acreditar que tudo pode melhorar enquanto tudo mais piora. Piora mesmo, a cada novo dia mais pensamentos de morte rodeiam minha cabeça, mais pensamentos sombrios. Sombras estiradas no chão se espreguiçando com o passar do dia, se esticando com o movimento que o mundo faz, parecendo querer arrancá-las de mim, puxando pela outra ponta ..... sem resultado. Elas nunca largam meus tornozelos.

Parei, parei. Gritei no fundo do túnel frases confusas de socorro, não tem mais lógica viver. Não tem matemática viver assim, com um passado que me aflora a cada dia novo que me atormenta. Velhas historias, velhos casos, velho... É tudo velho, é tudo passado. Tudo cheio de pó, cheio de mofo. Cheio de tanta merda que quanto mais você se lembra mais você sente o odor.

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