quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Aquela Saudade Apertou...


Essa dor que se sente aqui dentro. Saudade. É isso que eu sinto. Saudade do cheiro, do olhar, do abraço, do toque. Tato! Não me venha com webcam, telefone ou bate papo. Tato! Sou do tipo daqueles que gosta de tocar no que eu amo. Poder sentir perto de mim o que eu amo. Saudade.
                Esse mesmo sentimento que me faz assim, pensativo. Saudades dos que estão longe, dos que estão perto e dos que nunca mais vão voltar. Saudades de mim. Saudades de me ver nos outros. Saudades daqueles que abrem caminhos. Saudades de um outro eu. Nesses tempos de saudades, que eu fico assim, morto.
                Saudades da Vitoria, Wagner, Carla, Gabriel, Wanessa, Bia, Alexandre, Kadu, Henriette, Dani, Daniel, Ana Luiza, Alexandre Lopes... De mim, de tudo, do futuro, do presente...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Quem?

Mauricio deixou muitos pensamentos absurdo quando saiu de casa. Quem eu era? Foi um desses. Perigosa e vulgar, eu, Regina, tive que abaixar a bola. Sabe? Parar de cantar de dona da casa. Mauricio era um puto, peguei ele nesses sites de pornô gay. Como eu me enganei!  Agora ele deve ta por ai, dando esse cu dele para alguém... Isso não vem ao caso. Agora eu to pensando em uma coisa apenas: Quem sou eu? Casada a 15 anos com um homem gay! Com dois filhos que não dão a mínima para mim (claro, sou burra, casei com um gay). Porém a pergunta não é essa! Quem sou eu... Essa pergunta é a chave de toda a solução para os problemas, sendo alguém eu posso então descobrir quem sou eu. E quem sou eu? Você sabe?

Chorei, assim, chorei...


Magali era aquela menina que não arredava o pé enquanto não conseguia alguma coisa. Me lembro, claramente de Magali, ali... Sentada. Esperando sua mãe voltar... mas ela não ia voltar... Nem ela e nem seu pai. Magali, tinha 8 anos quando eu, Cira, peguei ela para criar. Lembro que a Magali era magra, alta, cabelos lisos e escuros e ficava sempre esperando sua mãe voltar para um dia vir busca-la. Sabe, lembro de que era difícil leva-la a escola ou então há outros lugares, medico então? Meu Deus! Seus pais faleceram em um acidente horrível de carro, uma tragedia. Foi uma tarde de domingo que então eu tive uma ideia. Mandaria cartas para ela como fosse seus pais e pedia que ela não esperasse mais, porém que olhasse sempre as estrelas do céu para que lembrasse dos seus pais e que eles sempre a escreveriam para ela, até sua morte. Ela lia, re-lia, olhava, gritava, sorria e me olhava.
                Quando a Magali me olhava, parecia que ela sabia, ela sabia que era eu que escrevia as cartas mas mesmo assim, as guardava e sempre antes de dormir me pedia para leva-la ao quintal para ver o céu. Ela amava ver o céu. Dizia que era a ligação dela com o mundo, com seus pais e comigo. Magali era essa menina linda, que gostava de se vestir bem, se importava com o amigo, sofria quando era magoada, não entendia essa coisa do certo ou errado, do que pode e do que não pode. Quando fecho meus olhos, eu lembro do seu olhar, me olhando, sabida! Ela sabia!
                Os anos se passaram e ela fez 18 anos e eu já era uma velha senhora e cansada, mesmo assim, mandava as cartas sempre. A letra não era mais a mesma, era tremida, minhas mãos não tinham mais as mesmas forças. Ela fez então 26, arranjou um bom marido e se casou, a frequência que escrevia era menor, cheguei a chorar quando descobri uma doença que me faria não conseguir mais escrever. Aos 30, Magali tinha dois filhos, meus dois netos Beto e João, já internada eu recebi uma carta, fora do envelope não tinha nenhuma informação, do que se tratava? Chamei a enfermeira aos berros, ela leu: Mãe, quando você encontrar minha outra mãe e meu pai, diga que as cartas que você escreveu me fizeram viver para sempre” e assim sabendo disso, lembrei do seu olhar,  fechei meus olhos e descansei, até virar uma estrela.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Breve


Que essa dor passe e seja breve. Que você seja breve. Que as horas do dia corram com toda a velocidade que teriam que correr. Que todo o erro de português e a falta de concordância nessas ideias soltas sejam rápidas.
                Por que infelizmente essas lembranças vem sempre quando eu acordo de pijama? Se eu durmo pelado não me lembro de muita coisa, queria ter prazo de vencimento e a saudade? Ah, essa saudade... Lembro dos mínimos detalhes dessa saudade, dia, hora, roupas, falas... Que essa for que eu sinto seja breve. Que essas lamurias sejam rápidas. E que me devolvam o que tiraram, meu português correto.

Bom dia.


Andam dizendo por ai que eu, Marco Fragoso de Melo, sou apenas um azedo de marca maior? Veja bem, eu não sou um azedo, eu sou um humano. Veja bem novamente, Dona Alcira (e lá isso é nome de gente?) vive acordando as 7 da manhã e gritando pela casa inteira. Para quem não sabe Dona Alcira, essa criatura maravilhosa e exuberante da minha vida é minha vizinha, que adora ouvir Ney Matogrosso no ultimo volume e dançar (deve ser uma dança russa, não é possível) todo o sábado de manhã eu que trabalhei de turno preciso dormir, apena e a Dona Alcira entende? Claro que não né!
Tem gente que acha que minha falta de sono é devido a obras, só se for obras do capeta, da Dona Alcira, do vizinho que precisa de uma xicara de açúcar emprestado (cortei o açúcar de casa, mas toda a vez ele vez pedir) eu acho que esse vizinho do 303 ta querendo me comer mas eu já avisei pra ele que eu não sou gay e não curto açúcar. Qualquer dia vou deixar uma foto minha pelado no apartamento dele para ver se ele para com essa mania feia de vir na minha porta as 7 as vezes as 6 da manhã será que ele vem esse horário por que eu abro a porta de cueca (Abro mesmo e to nem ai, todo mundo vive de sunga e vão falar o que da minha cueca) e ele fica feliz? Meu Deus, pode ser.
Você tem certeza que não é para estar azedo com uma bicha do 303, Dona Alcira, meu trabalho de turno, meu sono que não acontece e o salario de merda que o Dr. Alfredo está me pagando? Você ta me imaginando um maluco, descabelado, com olhar vazio e cabeça cheia não é? Se for, acertou. Toda a vez que eu converso com o Dr. Alfredo minha vontade é de mandar ele dormir um dia na minha casa para acordar junto com a Dona Alcira, não existe castigo pior e eu cheguei a comentar com ele sobre a Dona Alcira sabe o que ele me disse: Meu filho, ela tem 80 anos, deixe ela... “Deixe ela”?
Eu não sou azedo o mundo que tá maluco... Um dia encontro um gênio e peçoq eu nenhuma lei seja aplicada a mim e saiu matando todo mundo, é o jeito, vou tentar dormir... Essa coisa de passar noite em clara sem estar de turno também está me matando e amanhã é sábado e começa a maratona.
Boa Noite.