quarta-feira, 24 de setembro de 2014

UM GRITO

Ouvindo um grito de dor, da pra sentir?
Ela saiu da sala com um sorriso no rosto, com passos lerdos e um pouco sem voz ela deu seu ultimo sorriso, não se sabia por que um ultimo sorriso, a única coisa foi que se viu os passos dela lentos e sua cabeça baixa, não conseguia enxergar seu olhar.. Será que ela chorava?
            Não se sabe qual o nome daquela mulher, o que ela fazia ali ou quem ela era, somente podíamos ver seu sorriso e seu olhar... Mas qual olhar? Com passos lerdos ela abandonou a sala, foi daí então que eu a segui, segui para saber se algo ali ela escondia e o que ela queria ali, quem era ela e o que ela podia ser, as pessoas que ficaram na sala ficarão abandonadas, por que ela ali as tinha deixando para trás, sem saber aonde ia e se ia voltar!
            Ela andava rápido, caminhava sem direção, onde estaria indo essa mulher, seu caminho era preto e branco, porém continuava um sorriso no seu rosto com um pouco de ardor e um pouco de amor, parecia uma boneca que eu via imobilizado, o caminho preto e branco se revelava imundo e obscuro, podia sentir aquele odor nas minhas entranhas e meu pavor aumentava, porém seguindo aquela mulher calma de passos largos eu tinha que continuar tinha que em algum lugar chegar, e com ela chegar.
            Ela então parou e por detrás de uma moita eu me escondi, de uma de suas mãos surgiu um punhal e de uma outra um coração, o que ela faria? Tentaria acabar com alguém? Feitiçaria? Cadê aquele olhar cadê?
            Ela então se virou para mim e em um momento de fúria enfiou o punhal no coração, parecia que ela me via mas não era possível, me lembrei da sala, das pessoas que riam, das pessoas que choravam e das pessoas... pessoas...
Olhei para minha mão, eu estava agora sangrando, estava...
O sorriso daquela moça apenas me disse que não era legal seguir a morte, e eu sorrindo disse a ela, não é assim que se mata o amor.
Não é assim que se mata o amor.

Ouvi um grito de dor, deu pra sentir?

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