terça-feira, 23 de setembro de 2014

NOITE

Disse bom dia de uma forma plural e transformadora, voltou a olhar nos meus olhos para dizer adeus e se foi, já estava mais que na hora. Ele saiu por essa porta como quem sai em busca de novas respostas. Eu, aqui, deitado, fiquei imaginando o que ele fez no dia todo que passou na rua. Teria encontrado alguma velha maluca que encheu sua cabeça de historias macabras que fizeram com que ele desse risada até a barriga doer? Encontrou algum senhor, de óculos e shorts, reclamando do governo ou do preço da cerveja? Parou em algum mercadinho de bairro e viu crianças roubando doces?  Será que em algum momento, se encostou em algum canto e dormiu? Risos ecoam do meu peito, cada cena é como fosse real. Como será que é ver esse mundo todo, de tão grande, que não cabe no peito, dos olhos de quem tem tanta esperança para doar? Aposto que quando o travesseiro o chamou, do mundo esqueceu e de todas as historias malucas que no seu dia passaram e assim se vai... até de novo ele me dar bom dia, olhando aqui, nos meus olhos.

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