Disse bom dia de uma forma plural e transformadora, voltou a
olhar nos meus olhos para dizer adeus e se foi, já estava mais que na hora. Ele
saiu por essa porta como quem sai em busca de novas respostas. Eu, aqui,
deitado, fiquei imaginando o que ele fez no dia todo que passou na rua. Teria
encontrado alguma velha maluca que encheu sua cabeça de historias macabras que
fizeram com que ele desse risada até a barriga doer? Encontrou algum senhor, de
óculos e shorts, reclamando do governo ou do preço da cerveja? Parou em algum
mercadinho de bairro e viu crianças roubando doces? Será que em algum momento, se encostou em
algum canto e dormiu? Risos ecoam do meu peito, cada cena é como fosse real.
Como será que é ver esse mundo todo, de tão grande, que não cabe no peito, dos
olhos de quem tem tanta esperança para doar? Aposto que quando o travesseiro o
chamou, do mundo esqueceu e de todas as historias malucas que no seu dia
passaram e assim se vai... até de novo ele me dar bom dia, olhando aqui, nos
meus olhos.
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