Eu via Danilo andando pelas ruas
todo o dia de manhã. Calmo, solitário, com fones de ouvido, bermuda preta,
chinelo... Um dia com boné, outro sem... Ele tinha um andar peculiar Danilo,
ele andava devagar, olhando para os lados, desconfigurando pessoas, buscando
cores onde não existia mais vida. Ele devia na sua cabeça separar o negro do
branco, gordo do magro, loira da morena. Fico pensando em minha cabeça e minhas
memorias sempre no Danilo sabia? Podem ter se passando anos porém Danilo não
sai da minha cabeça. Será que ele ainda usa bigode? Fala com aquele jeito de
malandro do morro, mesmo morando no bairro nobre? Mexe no cabelo de forma
apaixonante e concentrada? Eu gostava de ver o Danilo passando apressado, era
um momento raro, apressado e roendo os dedos por que não devia ter mais as
unhas. Ai Danilo, se soubesse como eu conhecia cada passo seu, sabia dizer na
configuração do seu rosto como estava seu humor e como sua dia al se deitar na
cama iria acabar, eu sabia mesmo. Sabia quem era Danilo mais que Danilo sabia
quem ele mesmo era. Então um belo dia, acordei um uma manhã de quarta e decidi:
Hoje eu falo com Danilo e então descobri que ele se mudou para Manaus, sem
deixar rastro e apenas minhas decepção de depois de anos nunca ter conversado
com ele.
É meu amigo, não deixe para amanhã, pois pode ficar só o arrependimento e a frustração. Quem nunca passou por uma situação parecida?
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