Sabe quando entram na sua casa e
tiram suas coisas do lugar e você não sabe mais onde está nada e nem por onde
começar a arrumar? É isso! Bagunçaram o que demorou cinco anos para estar
arrumado! É a cada coisa que você recolhe, recolhe as lembranças, as historias
e as memorias - é preciso jogar essa roupa fora, ela não serve nem mais para
doação – você ouve isso dentro da sua cabeça e diz em voz alta – não, essa
pessoa não.
A zona de conforto acabou,
tiraram você do sono profundo do amor, a dor é inevitável... Doe tanto que
parece que é brincadeira, doe como a primeira queda que você teve na sua vida,
doe como a primeira lagrima derramada e como doe... Você vai ter raiva por
estar fora do lugar, vai ter preguiça de organizar, vai ajoelhar e pedir para
que o mundo pare, mas tudo nesse momento vai girar.
Gira, gira, gira... Como uma
pomba-gira desenfreada que encheu a cara no dia anterior. Na cama lembranças de
amor e carinhos entre os lençóis, no travesseiro o cheiro do cabelo dele e até
quando fechar os olhos dá pra sentir o calor do seu corpo, mentira – a vida
gira – é a cachaça.
Ressaca, bagunça, esquecimentos –
vale lembrar que você está apaixonado – mas ninguém olhou para você ainda e
disse – ele deve ta apaixonado, ta todo avoado – é que foi imaturo, quando
começou, terminou apenas em um quarto bagunçado, onde cuecas tomam o lugar das
camisas penduradas e o racional fugiu junto com algo que você perdeu.
Tempo. É preciso tempo.
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