quarta-feira, 25 de setembro de 2019

25.SETEMBRO.2019

Hoje eu tentei me matar duas vezes... uma me atirando do Minhocão e a outra enforcado com um cinto. Eu não sou uma boa pessoa. Minha existência está fadada de coisa que não tem sentido. Sentido nem os do corpo humano. Queria estar fora desse corpo, dessa mente, dessa tela que não sai da minha cabeça, essa imagem estática de mim, queria me machucar, me ferir.

Ando comendo tudo que não posso e nem devo, para ferir meu estomago, como fazia antes, é minha punição por ser tão ruim, tão deslocado, tão por fora. Fiquei aqui, só eu e minhas manias e loucuras.

Eu, sozinho, sem ninguém. Acabei como falaram: só. Não posso morrer um mês antes do aniversario da minha mãe, não posso largar a Anna, não posso deixar meus irmãos,  queria levar meu sobrinho a praia, não posso esquecer os aniversários da Ingrid e do Marcos, elas não merecem nada disso. Não posso escrever nada nas redes sociais por que desabafos são verdades, e assim, mortes. Não posso ter o direito de morte e nem de pós morte.

Queria morrer... Quando coloquei o cinto no pescoço eu pensei que tinha coragem de ir até o fim, queria ir até o fim mas não fui... não pelo amor que depositei nos outros, são minhas árvores que me deixam aqui, me dão meu oxigênio.

Até quando a gente vai suportar viver essa vida? Até quando? Minha vontade é ficar exatamente parado, sem nada, como estou agora, olhando pra essa tela... e ver a vida passar como pássaros que vão ser soltos quando eu um dia, conseguir ir.


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